O compartilhamento de cama, ou co-sleeping, é uma escolha que muitos pais fazem por diversos motivos, desde conveniência até a criação de vínculos mais fortes. No entanto, essa prática apresenta tanto benefícios quanto riscos. Para ajudar os pais a decidirem o que é melhor para eles e seus bebês, vamos explorar os prós e contras de dividir a cama com bebês de até um ano de idade.
Prós do Co-Sleeping
- Fortalecimento do Vínculo Afetivo
Dormir próximo ao bebê permite uma proximidade física que pode fortalecer o vínculo entre pais e filhos. O som dos batimentos cardíacos dos pais, a respiração e o calor corporal podem tranquilizar o bebê, ajudando-o a se sentir seguro e protegido. Essa proximidade ajuda os bebês a regular seus ciclos de sono e promove uma sensação de bem-estar.
- Facilita a Amamentação e o Conforto Noturno
Para pais que amamentam, o co-sleeping pode tornar as mamadas noturnas mais simples e menos interrompidas. Em vez de se levantar da cama para amamentar ou dar a mamadeira, os pais podem atender o bebê sob demanda com menos esforço, o que muitas vezes permite que todos voltem a dormir mais rapidamente.
- Melhora o Sono de Alguns Bebês
Muitos pais percebem que seus bebês dormem por períodos mais longos e de maneira mais tranquila quando compartilham a cama. A presença familiar dos pais pode reduzir os despertares noturnos e ajudar os bebês a se acalmarem mais facilmente, caso acordem. Isso é especialmente verdade para bebês que têm dificuldade em dormir sozinhos ou são muito sensíveis à separação.
- Reduz a Ansiedade Parental
O co-sleeping proporciona aos pais uma sensação de segurança, já que podem verificar rapidamente a respiração e o conforto do bebê sem precisar sair da própria cama. Para pais que têm ansiedade relacionada à SMSI (Síndrome da Morte Súbita Infantil) ou outras preocupações de saúde, essa proximidade pode ser especialmente tranquilizadora.
Contras do Co-Sleeping
- Maior Risco de SMSI e Sufocamento
Embora o co-sleeping possa parecer seguro para os pais, estudos mostraram um aumento do risco de SMSI (Sindrome da Morte Subita Infantil), sufocamento ou aprisionamento ao compartilhar a cama com bebês de menos de um ano. Isso é especialmente verdadeiro quando os pais estão sob influência de álcool, medicamentos ou outras substâncias, ou em ambientes com colchões macios ou travesseiros soltos. A Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda que os bebês durmam no mesmo quarto que os pais, mas em uma superfície de sono separada, principalmente nos primeiros 6 meses de idade.
- Sono Interrompido para os Pais
Embora o co-sleeping possa promover períodos mais longos de sono para alguns bebês, ele também pode interromper o sono dos pais. Bebês podem ser barulhentos, movimentando-se frequentemente ou acordando várias vezes durante a noite. Para pais que têm sono leve, compartilhar a cama pode dificultar um sono reparador, o que pode afetar o humor, a paciência e os níveis de energia durante o dia.
- Dificuldade na Transição para o Sono Independente
Bebês acostumados a dormir na cama dos pais podem achar difícil a transição para dormir sozinhos mais tarde. Esse processo de adaptação pode ser desafiador e demorado, especialmente se a criança criou uma forte associação entre o sono e a presença dos pais. Quanto mais tempo o bebê dorme na cama dos pais, mais difícil pode se tornar a transição para o próprio quarto.
- Impacto no Espaço Pessoal e no Relacionamento do Casal
Compartilhar a cama com o bebê pode impactar o relacionamento do casal e o espaço pessoal, já que a intimidade e a qualidade do sono podem ser afetadas. Com o tempo, os pais podem sentir a necessidade de uma separação mais definida entre o tempo de cuidados com o bebê e o tempo pessoal, o que é mais difícil de alcançar em um arranjo de co-sleeping.
Dicas de Segurança para Pais que Optam pelo Co-Sleeping
Para os pais que optam pelo co-sleeping, apesar dos riscos, algumas precauções podem tornar o arranjo mais seguro:
- Use um Colchão Firme: Superfícies macias, como sofás, colchões d’água ou colchões com pillow-top, aumentam o risco de sufocamento. Um colchão firme minimiza esses riscos.
- Remova Lençóis e Travesseiros Soltos: Elimine cobertores, travesseiros e outros itens que possam cobrir o rosto do bebê. Bebês devem dormir de barriga para cima nos primeiros 6 meses, com pouca ou nenhuma cobertura.
- Coloque o Bebê Entre a Mãe e uma Barreira: Se o bebê dorme com ambos os pais, posicione-o mais próximo da mãe em vez de no meio, para reduzir o risco de rolagem acidental.
- Evite Substâncias que Afetam a Consciência: Os pais devem evitar álcool, medicamentos ou outras substâncias que possam afetar a percepção.
- Considere um Berço Acoplado: Um berço que se conecta ao lado da cama dos pais pode proporcionar a proximidade do co-sleeping com uma superfície de sono segura e dedicada ao bebê.
Encontrando o Que Funciona Melhor para Você
Em última análise, decidir se deve ou não praticar o co-sleeping depende da dinâmica familiar, das considerações de segurança e das preferências de cada um. É importante estar bem informado, consultar pediatras e priorizar o bem-estar tanto do bebê quanto da família. Cada família é diferente, e não há uma resposta “correta” — apenas a que for melhor para vocês.